A abril.com, publicou em 26 de janeiro de 2009 uma breve matéria sobre uma série de denúncias formalizadas contra a CBBS (Confederação Brasileira de baseball e softball), que vão de envolvimento com bingos ilegais ate má administração.
Maria Fernanda De Luca (27) Consultora Tributária e autora das denúncias, conta que ficava na arquibancada aprendendo as regras e ouvindo o pessoal falar mal da CBBS: “meu intuito era apenas saber se o que todos diziam tinha algum fundamento. Ao me deparar com uma pesquisa bem grande, não podia guardar essa informação só pra mim, eram provas graves, divergências gritantes. Foi então que fiz a denúncia”. Sua atitude fez com que os dirigentes dos diversos clubes abrissem os olhos e começassem a se interessar mais pelo que está ocorrendo e cobrar a CBBS e seus dirigentes, para que mostrem o real motivo de sua existência, corrigindo seus erros e voltando a dar atenção aos “esquecidos” times do interior.
A CBBS por sua vez alega que essas denúncias são caluniosas e infundadas e que seu corpo jurídico já se pronunciou ao Ministério Público. Jorge Otsuka, presidente da CBBS, afirma que a imagem da confederação não foi afetada e que após a publicação na mídia recebeu inúmeras mensagens de apoio e de solidariedade, sendo assim nada mudou, continua realizando o mesmo.
Mesmo após tantas conturbações, Fernanda acredita que não possam lhe fazer mal e muito menos à carreira de seu marido, Jô Matsumoto, que joga na liga semiprofissional norte-americana. Seu único medo é que pessoas mal-intencionadas possam fazer algo contra sua família, em especial a sua filha.
A parte mais afetada foram os atletas, que, no meio dessa queda de braço, ficam sem saber o que realmente está acontecendo. Por incrível que possa parecer, a maioria dos jogadores só tomou conhecimento do ocorrido por comentários em campo, por técnicos e colegas e só então foi à internet buscar informações. Muitos deles preferiram não opinar sobre o assunto e os poucos que o fizeram disseram que, se confirmada a veracidade dessas denúncias, será um fato vergonhoso para o esporte e que é profundamente doloroso ver que pessoas que deveriam estar comprometidas com o esporte vejam nele uma forma de lucrar e autobeneficiar-se. Os atletas, no entanto, não acreditam em alguma mudança.
Os praticantes de ambas as modalidades pensam que o ocorrido pode denegrir a imagem do esporte, por serem pouco difundidas no país, mas todos os ouvidos, mesmo os que não geraram uma opinião formal sobre o ocorrido, têm plena convicção de que essa foi uma atitude correta e que só através da moralização do esporte é que poderão ser feitos grandes patrocínios e assim iniciar uma nova era. Muitos jogadores têm esperança no futuro das modalidades, mas acreditam que isso só acontecerá quando o esporte deixar de ser visto como exclusivo da colônia japonesa.
A CBBS alega que o futuro do baseball e softball depende da iniciativa de todos os envolvidos, pois, infelizmente, esportes amadores como esses não recebem a devida atenção da mídia, não conseguindo assim grandes patrocínios. Com o corte das modalidades do Programa Olímpico, a ajuda do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) foi retirada.
É importante salientar que a melhor colocação do Brasil em disputas internacionais foi na Copa do Mundo de baseball, disputada em outubro de 2003, em que a equipe brasileira quase ganhou da anfitriã Cuba (3x2). Nossa seleção foi aplaudida em pé por todo o estádio em respeito ao esforço e superação que demonstrou em campo.
O futuro do baseball, e principalmente do softball, nacional continua sendo uma incógnita, denúncias, processos, busca por investimentos e moralização são as marcas do início de uma nova era, muito já foi dito e especulado, porém ainda há muito a ser debatido quanto ao destino dessas modalidades.
“Vejo um futuro em que atletas poderão jogar fora do país sem pagar 50% pra CBBS. Um futuro em que a verba destinada ao esporte vá para o esporte e não para a abertura de bingos clandestinos, compra de minério de ferro, gastos exorbitantes, etc. Quero respeito com os atletas (...) e incentivo às crianças. Especialmente no softball”, conclui Maria Fernanda.
Mas afinal, o que é baseball? A origem dessa modalidade esportiva envolve
muitos mistérios, porém, a versão mais aceita é a de que o baseball é uma
evolução do cricket, desenvolveu-se na Inglaterra e, posteriormente, foi levado
aos Estados Unidos por várias colônias. O softball, por sua vez, é uma adaptação
do baseball, essa modalidade era jogada inicialmente de modo indoor, dentro de
quadras fechadas, porque os praticantes de baseball queriam continuar praticando
a atividade mesmo na época de nevascas rigorosas e geadas. O baseball e o
softball chegaram ao Brasil em meados do século XIX, com a vinda de funcionários
norte-americanos, e fortaleceu-se no inicio do século XX com a chegada dos
imigrantes japoneses.
A CBBS foi fundada em 3 de fevereiro de 1990 e hoje conta com seis
federações e tem mais quatro em formação, isso equivale a cerca de 120 equipes e
as principais delas estão no eixo São Paulo-Paraná. Ao todo são mais de 25mil
praticantes de ambas as modalidades espalhados por todo o
Brasil.